Dois anos depois do Furacão Katrina – Genocídio do Povo Negro

Foto: Katrina, Matt Rourke

O Tribunal Internacional sobre o Furacão Katrina, destinado a julgar as violações dos direitos humanos pelo governo dos EUA está sendo organizado pela Coalizão do Fundo Popular de
Ajuda às Vítimas do Furacão (PHRF-OC), a Coalizão de Militantes Negros Sobre o Katrina,
o Acordo Internacional dos Trabalhadores, o Tribunal Internacional África
e outras organizações internacionais.

O julgamento terá lugar em Nova Orleans, de 29 de agosto a 2 de setembro de 2007, segundo ano da tragédia. Trata-se de uma campanha para não deixar impune a omissão do governo durante a catástrofe que devastou a região entre 29 de agosto e 5 de setembro de
2005. O mundo pôde perceber a falência do governo dos EUA, incapaz de proteger e respeitar a vida dos negros e dos pobres.

“Nos deixaram morrer”, é a acusação lançada pela
população de Nova Orleans e da Costa do Golfo. O furacão Katrina causou mais de 2.000 mortos e desaparecidos e deixou mais de 800.000
sem abrigo, sem emprego, abandonados à própria sorte.

Nunca, desde a guerra civil no final do século 19, se produziu uma deportação tão massiva
e tão desumana da população negra nos EUA.

Depois do furacão, o governo privou milhares de negros de seus direitos políticos; deslocou-os para o o Interior do país; concedeu contratos para empresas que
tem vínculos com a administração Bush sem licitações, transgrediu as leis de proteção ao
meio ambiente e o código de proteção dos trabalhadores. Marginalizou, de maneira
injustificável, milhares de desabrigados; estabeleceu um programa de reconstrução que
exclui a população negra (que é majoritária) de qualquer possibilidade de discutir o
programa, e reservou extensos setores de Nova Orleans de modo a proceder a limpeza étnica
destas zonas e impedir que a maioria negra volte a se instalar ali.


As acusações

Os sobreviventes do furacão Katrina imputam graves acusações contra os governos implicados (Federal, Estadual e Municipal) por violação de seus direitos humanos essenciais. As acusações se dividem em três categorias: a negligência e descumprimento dos procedimentos que precederam o Katrina; as faltas cometidas durante a inundação, o socorro e a evacuação; as faltas cometidas no período posterior ao furacão.

O governo dos EUA deve ser julgado e considerado culpado deste crime. Esta é a razão pela qual foi feito um chamado para criar um Tribunal Internacional para assegurar a Justiça, a Reconstrução e as Indenizações pelos danos.

Apoio no Brasil

Um ato público de apoio ao Tribunal Katrina foi realizado dia 10 de Maio, no Brasil, pelas entidades CONEN,
MNU, CUT, UNE, APEOESP, Sindicato dos Radialistas, Sindsep, Sinpro ABC, PT, PSTU,
Conlutas, AFUBESP, SOS Racismo, Yle Ase Ya Odo Alafin ni Oyo, Fórum Estadual de Mulheres
Negras-SP, Frente Parlamentar Para Promoção da Igualdade Racial-Alesp, Rede Nacional de
Afro-descentes de LGBT e UNEGRO

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