Mídia não é para isso

Foto: video divulgado pela emissora

A mensagem da Marcha Mundial de Mulheres contra o tratamento policial dado pela Rede Globo ao tema do aborto começou a circular em diversas listas de discussão sobre comunicação.

O apelo está sendo reproduzido por ativistas de movimentos e iniciativas como Democon (Democratização da Comunicação), Sindicato é pra Lutar (Oposição sindical dos jornalistas de São Paulo), La Compartida (Comunicação Compartilhada) indicando a forte presença feminista nos debates atuais sobre midia.

Nesta terça-feira, participantes de movimentos sociais e de comunicação de São Paulo se reunem para definir data e programação do I Encontro Paulista pela Democratização dos Meios de Comunicação e uma das mesas propostas para o evento que terá duração de dois dias trata do tema “Mídia, ética e violação aos direitos humanos”, focalizando, entre outros assuntos, a forma como a imprensa trata questões relacionadas aos direitos e lutas das mulheres. Uma das palestrantes previstas é Rachel Moreno, do Observatório da Mulher, articulara de recente iniciativa de pedir ao Ministério Público que promova ação contra a manipulação da imagem da mulher na TV.

A nota sobre a matéria do Aborto pela Rede Globo

A MMM alerta que ” nos últimos dias a TV Globo, por meio de seus programas ditos
jornalistícos, tem feito muitas matérias “denunciando” clínicas de
aborto. Ontem foi ao ar, no Jornal da Globo, matéria mostrando que a
“denúncia” deles foi muito útil e com isso uma clínica no Mato Grosso do
Sul foi fechada e duas mulheres serão processadas (e talvez presas).
Isso sem contar que graças à ação policialesca da Globo provavelmente
muitas mulheres daquela região ficaram sem alternativa diante da
necessidade de praticar um aborto minimamente seguro.”

A nota da MMM chama para uma ação coordenada de protestos, lembrando que ” mudar a ação da mídia não é fácil e muitas vezes não conseguimos grandes
avanços. Mas é importante que eles saibam que muitas de nós estamos
descontentes e que temos consciência que a função do jornalismo não é
essa. Portanto, pedimos que vocês enviem mensagens reclamando,
repudiando, exigindo que o tema do aborto não seja tratado como tema de
polícia.”

O link abaixo é da página de contato com o jornalismo da Globo e está sendo divulgado para que as pessoas manifestem seu protesto

http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,2748,00.html

5 thoughts on “Mídia não é para isso

  1. Mídia não é para isso
    Só gostaria de lembrar às Srªs que aborto a prática do aborto ainda é considerada criminosa no Brasil.

    1. Mídia não é para isso
      Gostaria de lembrá-los que por causa da proibição da prática do aborto é que milhares de mulheres morrem anualmente no Brasil em clínicas clandestinas, desprovidas de instrumentos, higiene, segurança e profissionais preparados. A alternativa mais civilizada, penso, não é fechar clínicas de aborto, mas sim discutir este problema social afim de se alcançar alternativas viáveis àquelas que se decidiram por tal saída a uma gravidez inoportuna!

      Edson Arruda

    2. Mídia não é para isso
      sim é ilegal. mas o fato é que o governo federal, por meio do seu ministro da saúde, iniciou o debate sobre discriminalização. e o que faz a Globo? ao invés de apresentar o tema e suas vertentes, fica somente dizendo isso, que é ilegal. ilegal são as milhares de mortes de mulheres por conta de uma lei injusta e arraigada nos preceitos religiosos. nossa luta é por um Estado laico, por uma comunicação que realmente informe e não deforme.
      peguemos o caso da Record, abertamente assumida como sendo evangélica: eles têm pautado o aborto de forma muito séria e jornalística. é isso que queremos.
      Fernanda Estima

  2. Mídia não é para isso
    Força, coragem!
    Em Portugal, os opressores das mulheres, os que as consideram inimputáveis, os perseguidores fanáticos, sofreram uma grande derrota no Referendo de 11 de Fevereiro passado. Basta de ameaças contra as mulheres, basta de perseguição às mulheres. Aborto livre e gratuito a pedido da mulher

  3. Mídia não é para isso
    Olá Colegas!
    Seguindo suas orientações, enviei a seguinte crítica à “Poderosa” sobre as reportagens sobre fechamento de clínicas de aborto:

    Ultimamente a Rede Globo vem realizando investigações e divulgado informações sobre clínicas clandestina de aborto no Brasil.

    Como todos sabemos, a prática de aborto, neste país, é ilegal, porém, tratar a ilegalidade do aborto praticado por clínicas junto à mulheres que procuram esta “alternativa de interromper uma gravidez inoportuna”, simplesmente como “CASO DE POLÍCIA” me parece querer minimizar o problemas social que leva mulheres a tomar a atitude extrema – muitas vezes contra sua própria vontade, porém de acordo com sua possibilidade – e maximizar a taxação de CRIMINALIDADE do ato em si.

    Acredito que uma emissora com a credibilidade e audiência da Rede Globo, deveria promover o debate sadio e democrático sobre a questão, e não apenas tomar atitudes policialescas que em nada contribuirá para o fim dos abortos clandestinos, pois como sabemos, ao se fechar uma clínica (que oferece razoável segurança àquelas que necessitam) abrem-se outras portas de “FUNDO DE QUINTAL” que não oferecem as mínimas condições de higiene ou segurança, mas que, ainda assim, serão acessados por aquelas que já se decidiram pela interrupção da gravidez.

    Edson Arruda

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