Na manhã do dia 24 de março, mais de 3 mil manifestantes moradores de Iguape, Cananéia, Pariquera-Açú, Eldorado, Cajati, Jacupiranga, Barra do Turvo, Miracatu e Registro, todos municípios do Vale do Ribeira, ocuparam a rodovia BR-116 para exigir do governo federal a defesa da Mata Atlântica da região, ameaçada de extinção pelo projeto das barragens hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape.
Os projetos, que podem trazer graves impactos socioambientais para a região, atenderiam especialmente aos interesses da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), de propriedade do Grupo Votorantin, do empresário Antonio Ermírio de Moraes.
A manifestação se iniciou com uma marcha pacifica que saiu do município de Cajati pela BR-116 rumo a Jacupiranga. Convocada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pelos quilombolas da região, a marcha terminou por bloquear a estrada durante 15 minutos em solidariedade aos caminhoneiros, vítimas dos roubos perpetrados pelos pedágios nas estradas brasileiras.
O Vale do Ribeira, localizado entre o Sul do Estado de São Paulo e o Norte do Estado do Paraná, abriga 61% da Mata Atlântica remanescente no Brasil, incluídos 150 mil hectares de restinga e 17 mil de manguezais. Por isso, em 1999, a região foi declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.
Toda essa riqueza natural, porém, está ameaçada pelo projeto de construção de barragens ao longo do rio Ribeira de Iguape, em benefício de uma única empresa, a CBA. Um estudo aprovado pelo governo federal, na primeira metade da década de 90, prevê a construção de quatro hidrelétricas (nomeadas Tijuco Alto, Funil, Itaóca e Batatal) para gerar energia.
O Ribeira de Iguape é o único grande rio do Estado de São Paulo que não tem barragens, o que permite que seu curso de água corra livre desde sua nascente até sua foz, no Oceano Atlântico. Se as quatro barragens forem construídas, inundarão permanentemente 11 mil hectares de terra abarcando unidades de conservação, cidades, terras de quilombos e de famílias de pequenos agricultores. Além do mais, alterará significativamente o regime hídrico do rio, o que implica em alto impacto ambiental no coração da Mata Atlântica. Trará prejuízos sociais e econômicos para milhares de famílias e danos irreversíveis à Mata.
A preservação ambiental é a vocação natural do povo no Vale do Ribeira, diferentemente da vocação do grupo Votorantin, que em nome da sustentabilidade pode tornar insustentável o bioma da Mata Atlântica e ainda quer a permissão do governo, mais subsídios para a construção das obras – e claro com alto consumo de cimento Votorantin.
Não é só riqueza ambiental que torna a região do Vale do Ribeira singular. Seu patrimônio cultural e o conhecimento tradicional é igualmente valioso. Em seu território mora o maior número de comunidades remanescentes de quilombos de todo o Estado de São Paulo, presentes na região desde o século XVIII, 2.456 famílias de caiçaras e 12 aldeias do povo Guarani – milenares habitantes da região – que se relacionam com a natureza pautados por princípios éticos e religiosos que perduram. São povos que exibem um modo de vida altamente responsável com a natureza. Já o grupo Votorantin, como é de conhecimento público, se origina no monocultivo da cana-de-açúcar em Pernambuco e desenvolve -apartir de então- uma cultura em permanente conflito com o meio ambiente.
Por tudo isso a marcha na semana de defesa das águas convocada pelo MAB e pelos quilombolas contou com o apoio e participação das comunidades Guarani, pescadores artesanais, pequenos agricultores, estudantes e religiosos da diocese de Registro, com o Bispo Dom José Luiz encabeçando a caminhada. Também participaram o Vereador Raúl Calazans do PT de Registro, o prefeito de Jacupiranga, também do PT e o deputado estadual Raúl Marcelo do PSOL de São Paulo.
Vale do Ribeira organiza marcha em defesa da Mata Atlântica
Interessante a sua òtica sr. Mário Cesar Mauro, para o sr. cauasr danos ou prejuizos aos quilombolas, só se estes estivessem diretamente dentro da área a ser feita a construção. O que esperar de pessoas como o sr que só vêem o dinheiro como fonte para tudo na vida , coisa que os quilombolas e as demais comunidades tradicionais não têm o privilégio.
O que esperar das nossas autoridades, num país que escravizou os negros e índios por mais de 500 anos, e que a corrupção, principalmente quando se refere às construções de grandes obras(desvios de dinheiro) torn’-se o mote da ética, da honestidade e outras putarias todas que estamos cansados de ver e ouvir neste país?
Queria ver se fosse a sua família, se fosse a sua propriedade, que caso o sr tivesse feito algum tipo de esforço para conseguir que estivesse em jogo. Porque o sr não usa da honestidade e e não esclarece ao povo o seguinte: Na área a ser construída a barragem não tem quilombos, mas a construção afetará sim essas comunidades, afetará a sua sobrevivência, o seu modo e o seu meio de vida. A pesca tradicional, respeitando às épocas corretas para tal prática, coisas que a CBA, nunca respeitou e não será agora que irá respeitar. Mudarão o ciclo do rio, inundar’~ao as cavernas, etc. Acabarão com a qualidade da água, a não ser que os quilombolas também não tomem dela ao longo do rio!!!!!!!
Noel castelo da costa, Pedagogo, Diretor de escola.
Vale do Ribeira organiza marcha em defesa da Mata Atlântica
Em primeiro lugar acho ridiculo qualquer forma de censura o cerceamento, pois qualquer manifestação neste site precisar antes passar pelo crivo de seu organizador, isso já cria uma barreira contra qulauqer tipo de manifestação favorável ou contraria.
Sou a favor das barragens no Rio Ribeira de Iguape, pelo simples motivo de que a grande população do Vale do Ribeira está pagando pelo progresso do resto do Estado, o que vcs que são contrários a barragem podem oferecer ao Vale do Ribeira, para que quem realmente mora no Vale possa continuar a preservar, necessitamos de escolas, faculdades estaduais e federais, empresas que gerem emprego para nossa população, se conseguirmos viabilizar as barragens para que não haja mais enchentes, as terras mais ferteis do estado de São Paulo que é a lomba da ribeira, poderemos criar miseravelmente 10.000 empregos direta ou indiretamente, transformando a lkomba da ribeira em um novo cinturão verde, pois estamos no centro de 04 grandes centros (Sorocaba, São Paulo, Santos e Curitiba).
Vale do Ribeira organiza marcha em defesa da Mata Atlântica
Em segundo lugar esta é uma mensagem vazia. Como a sua, caro Élcio.
amigo elcio você não sabe da importancia que o rio ribeira tem para seus ribeirinhos
destruir este manancial è o mesmo que destruir avida de um povo, a obra deve gerar alguns milhares de emprego, e que vai durar no maximo 3 anos.
meu amigo elcio como vai ficar os nossos ribeirinhos, afauna e aflora, as cavernas, quilombolas.
elcio tu não noçã do que escreveu voê è fraco de conhecimento.
Vale do Ribeira organiza marcha em defesa da Mata Atlântica
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=505118