Nasta sexta-feira, 9 de março, as Unidades de Prevenção e de Sociedade Civil e Direitos Humanos – SCDH, do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, estarão se reunindo com a Diretoria da ABGLT e coordenadores regionais do Projeto SOMOS para avaliar o projeto e decidir sobre como se dará a continuidade das ações no próximo período.
O Projeto SOMOS surgiu na segunda metade da década de 90 a partir de reivindicações do movimento homossexual brasileiro e da ABGLT quanto à resposta governamental inadequada à epidemia de aids junto a gays e outros homens que fazem sexo com homens, tendo em vista o número de casos da doença nessa população comparado com o número de projetos de prevenção financiados. Em 1998, por exemplo, somente 8 projetos foram financiados para esta população em todo o país.
Para Toni Reis, presidente da ABGLT, esta reunião é definitiva. “Pretendemos ampliar a cobertura do projeto e trabalhar na perspectiva de garantir que o SUS incorpore esta demanda de forma descentralizada, mas este é um processo de médio a longo prazo”, sintetiza. Hoje os Estados e municípios ainda não incorporaram as ações para gays e outros HSH e são poucos projetos financiados para esta população, mesmo que a possibilidade de um gay ou HSH desenvolver aids seja 18 vezes maior do que entre os heterossexuais*.
A ABGLT está propondo ainda uma articulação com as Coordenações Estaduais e Municipais de DST/Aids, mas esta deverá ser realizada em conjunto com o PN-DST/Aids.
* Dados do estudo de Scwarcwald & Barbosa, citado por Jorge Beloqui em seu artigo “Risco Relativo para aids dos homossexuais masculinos no Brasil, publicado em 2006 na revista “Cadernos Pela Vidda”.