Eleição também em debate

Um debate promovido pelo Instituto Mauricio Grabois e a Fundação Perseu Abramo neste sábado à tarde lotou as dependências do Teatro do Parque, localizado no Bairro do Carmo. Mais de mil pessoas estiveram no local para assistir um debate que tinha como eixo central a reeleição do presidente Lula.

Participaram pelos partidos de esquerda da base de apoio do governo os presidentes do PCdoB, Renato Rebelo, e do PSB, Eduardo Campos, além de Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, representando o PT. Pela sociedade civil nacional e internacional estavam o padre e sociólogo belga François Houtard, a professora pernambucana Tânia Bacelar, o tenente coronel Hector Herrera Jimenes, representando o governo da Venezuela, e os presidentes da CUT, João Felício, e da UNE, Gustavo Petta. A coordenação da mesa foi realizada pelo vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira.
Os argumentos utilizados pelos debatedores que em sua totalidade defenderam a reeleição de Lula foram vários, mas alguns se destacaram.

Humberto Costa registrou que há algumas coisas que diferenciam radicalmente o governo Lula do de FHC. “Embora alguns membros de nosso governo pensassem diferente, o presidente Lula jamais vacilou em relação ao que pensava em relação a Alca. E ele acredita que ela é danosa ao país e por isso o Brasil e o seu presidente agiram no sentido de impedir a sua concretização”, disse.

A professora Tânia Bacellar também destacou a política internacional como um diferencial. “É verdade que temos uma política macro-econômica que é continuidade do governo FHC. Mas as outras políticas econômicas e a política externa não são. E isso torna o governo diferente”, avaliou.
O presidente do PCdoB, Renato Rebelo atacou as elites nacionais e disse que o governo Lula tem uma marca que precisa ser levada em consideração. “Como o governo Vargas foi o de tornar o Brasil uma federação e o de Juscelino foi o da integração nacional, o de Lula é o da integração continental. O Lula tem liderado esse processo como nenhum outro presidente, pois nossas elites sempre deram as costas para a América do Sul”, disse.

Hector Herrera entre outras coisas disse que veio trazer o abraço e o apoio do presidente Chávez à reeleição de Lula. “Chávez considera Lula como um irmão e como grande líder do Brasil e do Mercosul.”

O belga Houtard, que já fez duras críticas ao governo de Lula, declarou “apoio crítico, mas apoio à reeleição de Lula, para que implemente no segundo mandato a reforma agrária, um projeto de alfabetização nacional e construa as condições para que o Brasil possa romper com a dominação neoliberal”.

Os presidentes da UNE e da CUT afirmaram que ambas as entidades irão se engajar de forma direta nesta campanha. Eduardo Campos, do PSB, fez questão de dizer que seu partido “não vai ser o partido da divisão da base progressista e que vai estar junto com Lula pela reeleição”.

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